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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Escatologia Os perigos do método alegórico

 O método alegórico é repleto de perigos que o tornam inaceitável ao intérprete da Palavra. 1. O primeiro grande perigo do método alegórico é que ele não interpreta as Escrituras. Terry afirma: ... será imediatamente percebido que seu hábito é desprezar o significado comum das palavras e dar asas a todo tipo de especulação fantasiosa. Ele não extrai o sentido legítimo da linguagem de um autor, mas insere nele todo tipo de extravagância ou fantasia que um intérprete possa desejar. Como sistema, portanto, ele se coloca além de todos os princípios e leis bem definidos. (TERRY, op. cit., p. 224.) Angus e Green expressam o mesmo perigo quando escrevem: Existe [...] uma liberdade ilimitada para a fantasia, basta que se aceite o princípio, e a única base da exposição encontra-se na mente do expositor. O esquema não pode produzir nenhuma interpretação propriamente denominada, embora algumas verdades valiosas possam ser ilustradas. ( ANGUS & GREEN, loc. cit.) 2. A citação anterior deixa prever, também, um segundo grande perigo no método alegórico: a autoridade básica da interpretação deixa de ser a Bíblia e passa a ser a mente do intérprete. A interpretação pode então ser distorcida pelas posições doutrinárias do intérprete, pela autoridade da igreja à qual ele pertence, por seu ambiente social e por sua formação ou por uma enormidade de fatores. Jerônimo ... reclama que o estilo mais errôneo de ensino é
corromper o sentido das Escrituras e arrastar sua expressão relutante para nossa própria vontade, produzindo mistérios bíblicos a partir de nossa própria imaginação.( Ap. F. W. FARRAR, History of interpretation, p. 232.) Farrar acrescenta: ... Quando o princípio da alegoria é aceito, quando começamos a demonstrar que passagens e livros inteiros da Escritura dizem algo que não querem dizer, o leitor é entregue de mãos amarradas aos caprichos do interprete (Ibid., p. 238.). 3. Um terceiro grande perigo do método alegórico é que não há meios de provar as conclusões do intérprete. Ramm, citado anterior-mente, afirma: Ele não pode estar seguro de coisa alguma, exceto do que lhe for ditado pela igreja, e em todas as eras a autoridade da "igreja" tem sido falsamente reivindicada pela presunçosa tirania das falsas opiniões dominantes. (Ibid) E acrescenta: ... afirmar que o principal significado da Bíblia é um sentido secundário e que o principal método de interpretação é a "espiritualização" é abrir a porta a imaginação e especulação praticamente desenfreadas. Por essa razão, insistimos em que o controle na interpretação se encontra no método literal.( RAMM, op. cit, p. 65.) Que esses perigos existem e que o método alegórico de interpretação é usado para perverter as Escrituras é reconhecido por Allis, ele próprio defensor do método alegórico no campo da escatologia, quando diz:
Se a interpretação figurada ou "espiritual" de determinada passagem é justificada ou não depende somente de ela fornecer ou não o sentido verdadeiro. Se for usada para esvaziar as palavras de seu sentido claro e óbvio, privando-as de sua intenção clara, então alegorização ou espiritualização são termos de pejoração bastante merecida. (ALLIS, op. cit, p. 18) Assim, os grandes perigos inerentes a esse sistema são a elimina-ção da autoridade das Escrituras, a falta de bases pelas quais averiguar as interpretações, a redução das Escrituras ao que parece razoável ao intérprete e, por conseguinte, a impossibilidade de uma interpretação verdadeira das Escrituras.

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